Fundado em 528 a.C por Sidarta Gautama, um rico príncipe hindú; o Budismo é uma religião que não venera Deus, mas admite a sua existência. Antes de explorar esta afirmação, vamos conhecer um pouco sobre a história do Budismo, sua criação e seu desenvolvimento.
Aos 29 anos Sidarta teve 4 visões que lhe mostraram o sofrimento do envelhecimento, as doenças, a morte e a forma de alcançar a paz interna. Ele pouco conhecia as desavenças da vida pois sempre viveu no luxo de seu castelo. Assim, ele deixou seu palácio, sua mulher (Yashodara) e seu filho (Rahula), e foi viver vagueando junto com 2 mestres de yoga hindús, em busca das explicações para suas visões. Tornou-se um mendigo. Assentou-se abaixo de uma figueira (árvore Bodhi) e meditou até encontrar suas respostas. Atingiu um estado de mente chamado NIRVANA, onde os desejos e os sofrimentos cessam com uma vida de amor e compaixão. Ficou conhecido como SAKYAMUNI (Sábio dos Sakyas).
Pregou durante 50 anos. Fundou a SANGHA, uma das primeiras ordens monásticas do mundo. Seus ensinamentos e discursos estão descritos nos SUTRAS. Após a morte de Sakyamuni, cerca de 500 membros da Sangha realizaramm o (depois chamado) primeiro Concílio Budista. Foram catalogados e organizados todos os ensinamentos que Buda deixou.
Em 383 a.C, em Vaishali, Índia; realizou-se o segundo Concílio Budista, e logo após formou-se as duas grandes tradições budistas:
a THERAVADA que tem como fundamento o Sutra Canône Pali (Pali é um idioma existente no Nepal). É chamado de "pequeno veículo", ou "antigo ensino", ou "ensino dos anciões". Sua meta é que os fiéis atinjam a condição mental de iluminação de Arahat, um ser de elevado grau espiritual. Enfatiza o alcance da iluminação através dos esforços individuais (auto-iluminação). A tradição Theravada se espalhou pelo Srilanka, Tailândia, Burma, Laos, Camboja e Malásia.
a MAHAYANA que segue os Sutras escritos em sânscrito, com traduções em chinês e tibetano. É chamada de "grande veículo". Sua meta é que os fiéis atinjam a condição de Bodhisattva, o 1º dos 4 estados sublimes de um ser humano. (O 2º é o Arahat citado na Theravada, o 3º é o estado de Buda e o 4º é o estado de Pratyekabudha, o Buda solitário). Enfatiza não só a auto-iluminação, mas também o bem servir a todos os seres. A tradição Mahayana se espalhou pela China, Tibet e Japão.
Em cada país que o Budismo se instalou, foram criadas várias escolas budistas, cada uma com os preceitos do monge fundador. Isso, no entanto, não ocasionou um divisionamento profundo da religião. Todas as escolas seguem a risca as orientações do Buda Sakyamuni, se diferenciando em um ou outro detalhe. O budismo oferece a paz e a serenidade a todos seus seguidores fiéis.
No mundo, o Budismo têm 376 milhões de adeptos. É a 5ª maior religião em número de seguidores. No Brasil, são cerca de 250 mil fiéis. A tradição Mahayana têm as escolas chinesas, tibetanas e japonesas, as quais fazem gestão da maioria dos templos brasileiros.
A figura da Wikimedia a seguir, mostra uma versão classificada das tradições e escolas budistas.
Nas escolas chinesas destaca-se a Fo Guang Shan (ordem Shan) que é gestora do Templo Zulai em Cotia, SP, famoso, sendo até uma atração turística.
Como escolas japonesas temos o Zen Budismo (linha da Monja Coen, famosa pelos seus livros, palestras e entrevistas), a Terra Pura (Jodo Shinshu), a Nicheren, a Shingon, a Tendai, a Soka Gakkai (BSGI), entre outras.
Como escolas tibetanas temos a Nyingma (1ª escola tibetana), a Sakya (chamada de Terra Pálida), a Kagyu, a Gelup ou Guelupa ou Gedarpa (Seita do Chapéu Amarelo), e também a Kadampa, cujo templo mundial de meditação se localiza em Cabreúva,SP. (É um passeio lindo.... Vale a pena!). O Budismo tibetano é chamado de budismo esotérico. A ele se dá o uso da expressão NAMASTÊ (Eu me curvo a você), o intenso uso da meditação e da yoga (como em todas as escolas), as mandalas, os mantras como práticas espirituais e os lamas (sacerdotes religiosos).
Todos nós já ouvimos falar do Dalai-Lama, um líder espiritual do budismo tibetano da escola Gelug. Hoje, Tenzin Gyatso é o 14º monge que ocupa esta função.
Para finalizar, retomando a afirmação do início do post, vou reproduzir as palavras do Buda Sakyamuni em um discurso que fez numa visita a seu pai em Kapilavastu, Índia. É um trecho contido no Tripitaka, uma compilação dos ensinamentos budistas conforme a ordem Theravada.
"Mais fundo que o inferno, mais alto que o céu além das mais longínquas estrelas, além da morada de Brahma (Deus hindú), há um poder estável e divino, existente antes do princípio e que não terá fim, eterno como o tempo, seguro como a certeza, que impede para o bem e é subdito das suas próprias leis".
Assim, como destacado por estudiosos budistas, Buda, na sua forma de ver a consiência, não precisava falar de Deus. Não o venerava, mas admitia sua existência.
O Budismo é livre. Podemos seguí-lo junto com conceitos de outras religiões. A preocupação do Budismo não é ser o dono da verdade, mas sim, que as pessoas desenvolvam sua consciência.
Como a Fé é Curiosa. NAMASTÊ.....
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