Ser bruxa não é uma acusação para uma pessoa má, mas sim, uma expressão que expressa dons e valores das mulheres. A mulher é o gênero preferencial na bruxaria, pois ela é relacionada com a natureza, com o sobrenatural, com a loucura e com a magia. Estudiosos da religiosidade consideram a Wicca como a religião natural, e a mais antiga do mundo, se a interligarmos com os costumes pagãos.
A bruxaria Wicca é uma religião pagã que herdou as tradições e crenças das comunidades européias anteriores ao cristianismo, em especial, os celtas. Autores wiccanos afirmam que a Wicca vem da pré-história e outros afirmam que a Wicca foi formulada na Inglaterra na década de 50.
Acredita-se na existência de dois deuses. Um masculino chamado Cerunos e um feminino chamada de Deusa Mãe. Cerunos é conhecido como deus Cornífero (possui dois chifres), e é marido da Deusa Mãe. Ele é um deus que nasce, morre e volta a nascer, imitando a própria vida, as plantas e as estações do ano. Foi erroneamente associado ao diabo pelos cristãos, segundo os wiccanos.
A Deusa Mãe sempre existiu. Seu estado feminino permite encarnar a virgindade (inocência), o estado de mãe (plenitude) e o estado de anciã (sabedoria). É representada pela Lua. Em sua adoração, os wiccanos exaltam a fertilidade, o saber da cura e do cuidado com as pessoas.
A religião das bruxas
Os wiccanos crêem na reencarnação e que todas as ações praticadas (boas ou más) voltam para quem as praticou. Seus rituais celebram o agradecimento, a renovação e os pedidos aos deuses. Além dos rituais comunitários, cada fiel é livre para fazer seus próprios feitiços e poções individuais. Suas festas são ligadas à natureza e às estações do ano.
O ambiente dos rituais, tanto aqueles praticados em grupo, quanto os individuais, devem estar bem limpos, purificado com ervas e com o altar todo arrumado. As pessoas devem saber com antecedência qual a sua função dentro do ritual, evitando assim, a dispersão das energias físicas e/ou espirituais.
Ao formar o círculo (desenhado no chão), as pessoas se envolvem numa espécie de transe espiritual, momento em que são invocados os elementos e as deidades. Ao término, o círculo é rompido e os participantes, pouco a pouco, voltam ao presente.
Alguns elementos não podem faltar em um altar wiccano. São eles:
Velas coloridas: uma para Cerunos e outra para a Deusa Mãe, junto com alguma ilustração que os caracterize;
Pentáculo: representa os quatro elementos; o ar, a água, o fogo e a terra;
Faca de dois gumes cega: canalizadora de energia;
Varinha mágica: de madeira e feita pelo próprio wiccano;
Cálice: um elemento dos deuses usado exclusivamente para os rituais;
Caldeirão: geralmente de ferro onde são queimadas ervas e demais elementos para as magias.
Os feitiços da Wicca visam promover mudanças no mundo físico e são usados para a cura, a proteção, o banimento de influências negativas e principalmente a fertilidade. Suas práticas são chamadas de "magia-branca" para separá-la da "magia-negra" associada ao mal.
É comum cada wiccano possuir seu "Livro das Sombras", onde são registradas todas as experiências vividas e sentidas.
Os rituais existem para celebrar os SABÁS (Dias de Festividades). Exitem vários sabás durante o ano. São realizados em lua cheia ou durante a lua nova. O círculo fechado é considerado um lugar de reunião, de amor, de alegria e de verdade. É um escudo contra o mal e serve para preservar e conter o poder mágico. O círculo é traçado com giz, carvão, ou mesmo simbolicamente com a varinha mágica.
No Brasil, segundo a UWB - União Wicca do Brasil, o Rio de Janeiro é a cidade que concentra o maior número de bruxos e bruxas praticantes, chegando a 40.000 fiéis. São Paulo conta com cerca de 20.000. No país, estima-se 300.000 pessoas praticantes e estudiosas.
Finalizando, resta acrescentar que a religião se popularizou no Brasil após a publicação do livro "BRIDA" de Paulo Coelho.
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